A queda de cabelo, principalmente nas mulheres, pode causar sofrimento importante, sobretudo quando se nota os tufos de pelos pela casa, no ralo do banheiro e ao se pentear. Na grande maioria das vezes, essa queda exacerbada ocorre devido a uma condição chamada eflúvio telógeno agudo.
Para entender esse conceito é importante saber que o nosso cabelo passa por três fases: a fase anágena, que é a fase de crescimento, e tem alta demanda metabólica, ou seja, precisa de muita energia; a fase catágena, que é a fase em que o fio fica “estacionado”, e a fase telógena, que é a fase de queda.
No contexto de algum estresse agudo (infecções virais, uso de alguns medicamentos, exames invasivos, alterações hormonais, deficiência de algumas vitaminas e até um estresse psicológico intenso) o nosso corpo, na tentativa de poupar energia, faz com que os fios que estavam na fase anágena, com atividade metabólica aumentada, mudem para a fase telógena.
A fase telógena tem uma duração de 3 meses, tempo no qual o fio inicia o seu desprendimento do couro cabeludo até a queda propriamente dita. Logo, normalmente o eflúvio se inicia em até 3 meses após o insulto e tem duração que varia de 3-6 meses.
Nessa condição a queda é totalmente reversível, visto que quando um fio cai já tem outro fio crescendo naquele folículo. Na maior parte dos casos esse quadro se resolve espontaneamente, sem intervenção, entretanto a consulta médica nesse período é importante para a avaliação da necessidade da investigação de carências nutricionais, de alterações hormonais e outros distúrbios. É importante ressaltar que até o excesso de algumas vitaminas, como vitamina A, vitamina E e selênio podem deflagar essa queda, por isso não é recomendada a ingestão de suplementos sem indicação médica.
Existem vários nutracêuticos no mercado com proposta antiqueda, entretanto, uma vez que o fio muda para a fase telógena ele irá cair, não tem como voltar para a fase de crescimento. O importante é tratar, quando possível, o gatilho que levou a essa mudança, e fornecer nutrientes para que aquele cabelo novo que está crescendo, cresça saudável e forte, por isso, o dermatologista pode prescrever alguns ativos para auxiliar nesse processo, como biotina, silício e cisteína.
O dermatologista é o profissional habilitado para certificar-se do diagnóstico, visto que a queda de cabelo pode ocorrer em outras condições como alopecia areata, alopecia androgenética e até mesmo em doenças sistêmicas como o Lúpus, sendo imprescindível a avaliação clínica complementada com a tricoscopia, que é o exame dos fios num aparelho que fornece ampliação da imagem, permitindo diagnóstico preciso.